Orientação Vocacional/Profissional: O difícil momento da escolha
Um dia, mais cedo ou mais tarde, todos nós vivenciamos o momento de escolher uma profissão. Este momento geralmente acontece quando o jovem se encontra nos primeiros anos do ensino médio, mas pode ocorrer também quando já se está na faculdade ou até mesmo após graduação.
A escolha de uma profissão pode trazer muita angústia para os jovens, a ansiedade de ter que realizar uma escolha profissional e tomar decisões que passam impactar o resto de suas vidas, às vezes geram nos jovens comportamentos depressivos, ansiedade e até mesmo dificuldades no processo de ensino e aprendizagem.
Leia o nosso artigo sobre os diferentes sinais de depressão
Caso 1
M. tinha 16 anos e estava cursando o ensino médio e seu desempenho não era muito satisfatório. O pai de M. era empresário e sua mãe professora. Pais muito preocupados com o desempenho escolar do filho que percorreram diversos profissionais da área médica (psiquiatras, neurologistas e pediatras).
Todos afirmavam que M. apresentava transtorno do espectro autista e que seu futuro profissional não seria dos melhores. Inconformados com o parecer dos médicos, os pais de M. procuraram o Serviço de Orientação Vocacional/Profissional para verificar qual profissão era compatível com M.
No início do processo M. apresentou muita resistência e pensou em desistir. Com muita calma e habilidade do profissional que o estava atendendo, M. conseguiu superar suas dificuldades. Avaliou-se que M. era um grande pensador, refletia sobre os fatos vivenciais com uma perspicácia infinita, adorava arte contemporânea e seu gosto musical era indiscutível.
M. optou por fazer Filosofia e se especializar em Filósofo terapeuta após passar por diversas sessões com atividades relacionadas ao processo de orientação vocacional/profissional. Os pais de M. não gostaram muito da escolha, pois acreditavam que esta profissão não lhe daria retorno financeiro e nem projeção profissional, mas aceitaram a decisão e a orientação do orientador profissional.
Reação dos pais
É muito comum a conduta dos pais de não aceitar a escolha de seus filhos. Seja pelo fato da escolha estar fora do contexto idealizado por eles (medicina, engenharia ou direito, por exemplo), por não manter o status quo familiar, por não ter remuneração que garanta o futuro e/ou até mesmo pelo fato dos pais quererem que seus filhos sigam a mesma profissão deles.
O desafio dos jovens
Assim, milhões de perguntas passam pela cabeça dos jovens, “como escolher uma profissão que combine comigo?”; “e se eu escolher um trabalho e depois me arrepender?”; “o que um profissional da carreira X ou Y faz?”. Devido ao fato de a escolha profissional estar relacionada a diversos aspectos é necessário parar, refletir e então escolher.
É fundamental olhar os diversos recortes que envolvem o ato da escolha. São eles:
- Família: a origem de tudo, onde tudo começa e, muitas vezes, onde tudo pode ser estimulado ou reprimido.
- Escola: o segundo lar onde, assim como a família, pode gerar não somente apoio, descobertas, mas também conflitos frente ao momento da escolha.
- O social: ambiente pelo qual aprendemos e concretizamos o que foi vivenciado na família e na escola. O mundo social pode trazer ampla gama de influências para a escolha profissional.
- Os relacionamentos afetivos: como diz um ditado popular: “diga-me com quem andas que te direi quem és”.
Reflita
Refletir é sempre necessário, principalmente sobre nossas características de personalidade, não para definir uma profissão, mas para procurar adequar nosso estilo pessoal com nossa prática profissional.
Pensar sobre os nossos interesses profissionais, conscientes ou não, bem como o que gostamos de fazer é de suma importância. Todos nós temos diversos talentos e estes quando somados aos nossos traços de personalidade e nossos interesses podem resultar em uma escolha profissional mais fidedigna.
Podemos ter capacidades múltiplas, sermos felizes e obtermos sucesso em diversas profissões. O que a orientação profissional faz é ajudar a encontrar a profissão que se encaixa em toda realidade e necessidade seja social e/ou familiar, e o mais importante que se encaixe na realidade psicológica da pessoa que está escolhendo sua carreira.
Escolher é possível? Sim! Quando paramos e refletimos.
A dificuldade no momento da escolha é normal! Então, pare, reflita e escolha.
Como é realizado o programa de Orientação Vocacional/Profissional
Os psicólogos realizam o programa de Orientação Vocacional/Profissional por meio de testes psicométricos e projetivos de personalidade, juntamente com exercícios vivenciais e questionários diversos aprovados pelo Conselho Federal de Psicologia para facilitar a escolha profissional.
Os exercícios vivenciais e os testes psicométricos e projetivos ajudam o orientando a:
- Refletir mais amplamente sobre a escolha da sua profissão;
- Repensar sobre as articulações entre o sistema social/sujeito;
- Analisar a dialética das identificações e multi-determinações do humano, bem como a verificação dos sentidos da escolha.
No final do programa o orientando terá um parecer indicando a sua melhor área de atuação, a profissão que melhor se adéqua a ele e uma possível especialização a seguir.
A posição do orientador profissional é a de facilitador, que cria os meios pelos quais o orientando pode analisar suas opções profissionais e tomar sua decisão de forma consciente e tranquila.
Caso 2
F. tinha 18 anos e buscou o programa de orientação vocacional/profissional afirmando “eu só estou aqui porque meus pais insistiram, eu quero cursar medicina”. Durante o processo, percebemos que F. não possuía vocação para se tornar médica, mas ainda assim insistia em cursar a faculdade “X” de medicina.
Certo dia F. chega à sessão de orientação vocacional furiosa com seu namorado. Quando questionada sobre o que seu namorado cursava, F. parou por alguns segundos e respondeu “medicina”. F. acreditava que por se muito ciumenta, que fazendo medicina na mesma faculdade que seu namorado poderia controlar ele melhor.
Após reflexões sobre estes pensamentos disfuncionais, o processo de orientação teve continuidade e através da realização das testagens e dos exercícios vivenciais, F. concluiu que sua vocação era ser advogada e cursar faculdade de direito e posteriormente fazer concurso para magistratura e se tornar uma grande juíza. Na entrega do parecer final F. afirmou “não vou poder controlá-lo, mas posso prendê-lo (risos)”.
Quero participar do Programa de Orientação Vocacional/Profissional
Se você se interessa pelo tema acima, ou está prestes a prestar vestibular, ou não está satisfeito com sua profissão atual e deseja mudar de área profissional, é importante que você entre em contato com um psicólogo especializado. Então, caso queira saber mais sobre o assunto ou mesmo tirar dúvidas, entre em contato conosco pelo WhatsApp.