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O que é a Teoria do Apego e como ela se desenvolve ao longo da vida

Inicialmente, o psicanalista John Bowlby desenvolveu a chamada Teoria do Apego. Segundo Bowlby, os seres humanos tendem a buscar de forma instintiva relações que poderiam criar vínculos que seriam úteis para si próprio e para o outro.

Esta teoria começou com estudos sobre bebês, em que esses vínculos garantem a auto sobrevivência. Sem cuidados, o bebê não sobrevive. Portanto, o apego para Bowlby está ligado a sensação de segurança.

Quem foi John Bowlby?

John Bowlby foi um psiquiatra e psicanalista britânico que estudou o desenvolvimento infantil e a teoria do apego.

Ele acreditava que a qualidade do vínculo afetivo entre o bebê e seu cuidador era fundamental para o desenvolvimento infantil e afetava a capacidade do indivíduo de formar relacionamentos saudáveis ao longo da vida.

Sua teoria do apego tornou-se influente na psicologia do desenvolvimento e moldou a compreensão moderna do vínculo afetivo entre pais e filhos.

Além disso, ele ajudou a criar a psicologia do desenvolvimento como disciplina independente e fundou o Centro de Estudos de Apego e Desenvolvimento em Londres.

Como desenvolvemos o apego ao longo da infância

A ligação afetiva também acontece entre adultos, mas para os bebês trata-se de atender necessidades básicas e de sobrevivência. Dependendo da qualidade deste vínculo, durante o desenvolvimento vital, esta criança formará representações mentais baseadas nas suas experiências.

Estas habilidades que vão sendo formadas denominam-se Modelo Interno de Funcionamento. Vale ressaltar que esse Modelo Interno de Funcionamento da Teoria do Apego não é fixo e vai se atualizando no decorrer da vida, de acordo com as relações que estabelece.

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Um pouco mais acerca das características que marcam os diferentes estilos de Apego

Segundo a Teoria do Apego, existem diferentes tipos de apego.

Assim, Mary Ainsworth, uma das teóricas da teoria do apego trouxe um novo olhar sobre os tipos de apego, aprofundando um pouco mais sobre os tipos clássicos: seguro, inseguro evitante e inseguro ambivalente.

A forma de lidar com as relações vai sendo construída pelo sujeito a partir da qualidade do vínculo parental, das experiências inter-relacionais durante a infância e adolescência, experiências subjetivas e traumas. Além da maneira como o indivíduo reflete, como este sujeito lidou com os desafios. Portanto, eles podem ser considerados funcionais porque possibilitaram a sobrevivência em determinado momento.

Mas, provavelmente, depois se tornará mal adaptativo em nova circunstância da vida. O modo de funcionamento interno vai sendo estabelecido desde o início da vida. Mas esse modo de funcionamento pode ser reatualizado através de novas relações, e, se essas relações forem seguras e saudáveis o modo de funcionamento interno terá um salto de qualidade.

Confira alguns deles e  entenda a definição, como se desenvolve e as consequências no decorrer da vida.

Apego Inseguro

Para um desenvolvimento saudável é necessário que tenhamos recebido cuidado, afeto e validação em nossa infância. Crianças que não experimentaram segurança, seja por vários motivos como negligência, abusos e falta de proteção, têm propensão a desenvolverem apegos inseguros. Ou seja, a se tornarem evitantes ou ansiosos-demandantes.

Apego seguro

A marca de pessoas com apego seguro é a flexibilidade. Existe um equilíbrio ao transitar entre afeto e cognição. As informações que recebem do ambiente são entendidas concretamente, não há distorção no processamento cognitivo para adequar informações ao seu modo de funcionar. Portanto, pessoas com apego seguro tendem a manter relações estáveis e duradouras.

Apego inseguro evitante

De modo geral, a pessoa se sente mais confortável mantendo distância e sendo autossuficiente. Tem preferência por não ser dependente de ninguém e não ter pessoas dependendo. Além disso, dão propriedade ao que estimula a sensação de auto valor em detrimento da intimidade.

Por isso, desenvolve maior dificuldade em entrar em contato com as emoções e afeto, com tendência a romper relações mais facilmente, em especial quando sentimentos de “invasão de espaço” começam a surgir, ativando mecanismos de defesa em que este sujeito se sente mais confortável mantendo uma distância.

Sentir para pessoas com características evitativas não é lugar de conforto. Tendem a autossuficiência, hiperindependência. O sujeito com características evitativas prefere por exemplo dedicar-se ao trabalho, ao estudo, as relações profissionais em que demandas afetivas e abertura não são necessárias.

Apego inseguro preocupado

A fonte de informação para processamento das informações são os sentimentos. Pessoas que sofrem de apego inseguro preocupado buscam conforto nas relações e, muitas vezes, oscilam entre raiva por não receberem a quantidade de atenção que desejam e pelo medo da perda/rejeição. Criam estratégias de autorregulação de afeto, que envolve proximidade e, muitas vezes, acabam sufocando o parceiro. Portanto, a tendência é que pessoas com apego inseguro preocupado tenham rompimentos e retornos com o parceiro.

Existem características autodestrutivas e incoerentes no ambivalente buscando emoções dicotômicas: conforto X medo e raiva. A necessidade de conforto faz o sujeito mendigar afeto, aceitar qualquer demonstração como afeto genuíno. A raiva move para comportamentos de agressão e o medo gera comportamentos de esquiva. Um bom exemplo é o bebê que chora demandando a atenção da mãe e quando recebe recusa, afasta a mão.

Conclusão

A Teoria do Apego, então, explica vários comportamentos desenvolvidos ao longo da vida, que podem ser tratados na infância para que a pessoa tenha um desenvolvimento saudável e livre de comportamentos e/ou crenças limitantes. Para saber mais sobre como funcionam nossos serviços, tirar dúvidas, ou mesmo marcar uma primeira entrevista, entre em contato conosco via site, WhatsApp ou telefone fixo.